Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM) esse ano “maluco” de 2020 deverá terminar como o terceiro mais quente desde o século 19. Quando escrevo “maluco”, claro que estou relacionando com a pandemia. Faço isso, porque ela trouxe em vários momentos períodos de Lockdown em diversos países, inclusive os que mais contribuem para o aumento de CO2.
Gás que é um dos grandes problemas atuais que estão trazendo o aquecimento do planeta. Lembro que quando a China praticamente parou, cientistas mostraram uma queda da quantidade de CO2 nunca antes vista.
Mesmo assim, 2020 entra para a história com um dos anos mais quentes. Um mês em especial se destacou, novembro. O mês passado teve 0,8ºC acima da média de novembro 1981 a 2010. Acima dos novembros de 2016 e 2019 que foram os mais quentes.
O QUE A OMM DIZ
Segundo o secretário-geral Petteri Taalas, este ano que está terminado está com 1,2°C acima da média do nível que tinhamos lá entre 1850 e 1900, a chamada era pré-industrial. E esses dados são de janeiro a outubro.
Ainda de acordo com ele, existe 20% de chance de que até 2024, ou seja, daqui a 4 anos, a temperatura anual do planeta chegar a 1,5°C acima da média do período pré-industrial.
ESTAMOS NO LIMITE
Vejam que no máximo daqui a 4 anos poderemos chegar a um aumento de 1, 4°C, algo extramente próximo do 1,5°C que é o limite dado pelo Acordo de Paris há 5 anos atrás. Resumindo: as ações mundiais não estão fazendo efeito para freiar o aquecimento elevado do planeta.
FALANDO DE DÉCADAS
Se não quiser avaliar um período curto de um ano, podemos observar os dados por décadas. Olhando desta forma, vamos ver que a última década – 2011 a 2020 – é considerada a mais quente desde que a temperatura começou a ser medida. E olha que isso começou no fim do século 19.
Perceberam algo? Que os anos mais quentes da história são todos mais recentes? Cada vez que passa, aquece mais.
CONSEQUÊNCIAS
Como já escrevi várias vezesm os extremos meteorológicos serão mais fortes e mais frequentes. Isso já está ocorrendo, inclusive em 2020 aqui no Brasil e América do Sul. Exemplos: ondas de calor extremo, com queimadas devastadoras na América do Sul.
Entre eles, incêndios no Pantanal que foram os maiores desde as medições, em 98, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Calor excessivo com temperaturas extremamente elevadas em cidades do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e São Paulo. Na capital desse último Estado, tivemos esse ano a segunda maior temperatura da sua história.
Lembro que o Acordo de Paris fez um pacto mundial com objetivo de deixar a temperatura da Terra abaixo de 2ºC em comparação ao período pré-industrial. Ocorre que já tivemos 60% de desse aumento. Isso porque vem subindo 0,2°C por década. Se fizerem as contas, em 40 anos chegaremos ao limite. Para pensar!
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