Os preços da carne bovina subiram expressivamente entre janeiro e setembro deste ano, registrando uma alta média de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo especialistas, fatores como o aumento das exportações, a seca prolongada e as queimadas em regiões de pecuária foram determinantes para o cenário, impactando diretamente o orçamento das famílias brasileiras, especialmente as de baixa renda.
Após um período de estabilidade nos preços, que durou cerca de seis meses, o segundo semestre trouxe reajustes sucessivos, com um pico em setembro, quando os valores subiram 3% em um único mês. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, as exportações alcançaram 286.750 toneladas em setembro, reduzindo a oferta para o mercado interno e elevando ainda mais os preços para o consumidor local.
Para o economista Matheus Dias, do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), o impacto é particularmente pesado para as famílias de menor poder aquisitivo. “O aumento em um alimento tão essencial como a carne afeta as famílias com menos recursos, que sentem de forma mais intensa o peso dessa alta no orçamento familiar”, explica Dias.
A tendência de elevação nos preços deve se manter nos próximos meses e pode intensificar-se ainda mais com a proximidade das festas de fim de ano, período em que a demanda costuma crescer. Especialistas do IBRE preveem que, além de pressionar a inflação, o aumento restringirá ainda mais o acesso da população de baixa renda à carne bovina, levando muitos brasileiros a adaptarem suas escolhas alimentares. O consumo de cortes mais baratos ou a substituição da carne bovina por outras fontes de proteína já são estratégias adotadas por diversas famílias para driblar o impacto no orçamento.
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