A intensivista e cardiologista Ludhimila Hajjar falou sobre as UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) lotadas e sobre o perfil dos pacientes internados.
Além de classificar como “brutal” a diferença de estado de saúde entre vacinados e não vacinados, a médica também conta que recebe relatos de arrependimentos dos que escolheram não tomar o imunizante. As informações são do portal UOL.
Ludhimila, que foi cotada para o cargo de Ministra da Saúde em 2021 e negou, explicou sobre a situação das UTIs lotadas após as festas de fim de ano e os não vacinados arrependidos. “Eles chegam com a forma grave da doença, se arrependem, porém, já é tarde”, afirma.
A intensivista ainda conta que aqueles com esquema vacinal completo dificilmente precisam passar do atendimento ambulatorial, tendo apenas sintomas leves. Hajjar reforça a importância da vacinação por ser um vírus novo e que pode “nos trazer surpresas”.
Ômicron
A nova variante do coronavírus e até agora mais contagiosa também foi assunto na entrevista de Ludhimila. Segundo ela, o comportamento da doença não tem tido grandes diferenças quando comparados os sistemas de saúde públicos e privados. Entretanto, alerta que “a variável mais expressiva em relação ao perfil da doença, tem sido, definitivamente, o não vacinado” .
A médica ainda opina sobre a possível permissão para profissionais da saúde com dose de reforço trabalharem mesmo com teste positivo para a doença.
“Temos contato físico muito próximo dos pacientes, o risco de transmissão é alto ainda mais quando se trata da Ômicron, que tem uma taxa muito alta de contaminação. Reduzir o tempo de quarentena acho responsável e isso poderá ajudar para cobrir desfalques. Mas ao menos sete dias de afastamento seria prudente”, explicou Ludhimila.
Colapso
De acordo com a médica, em decorrência do grande número de casos sendo diagnosticados, não deve demorar mais do que uma semana para que os sistemas de saúde do país entrem em colapso.
A condição pode piorar por conta dos médicos e enfermeiros que também podem ser infectados durante atendimentos. “A CoronaVac foi importantíssima no início, frente à inexistência de outras. Mas ela não protege como as outras em relação a novas variantes. Muitos de nós [profissionais da saúde] seremos infectados”, contou Ludhimila.
A situação tende a ser menos grave do que a que vivemos em 2020 e 2021 quando não havia imunização, mas ainda assim deve acontecer.
A médica ainda reforça que é contra o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras, mesmo em ambientes abertos. E classificou o acessório de proteção como “simples, disponível e eficiente contra a Covid-19”.
Por ND
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