A prefeitura de Balneário Camboriú abriu processo de licitação para replantar a restinga, que há décadas “sumiu” da Praia Central.
O projeto, orçado em R$ 1,5 milhão, prevê a instalação de mais de 33 mil mudas de plantas nativas ao longo de toda a orla. O cinturão verde vai ajudar a proteger a obra de alargamento e mudará a relação dos banhistas com a praia: a reurbanização prevê a instalação de passarelas, para que a restinga não seja pisoteada.
A secretária Municipal de Meio Ambiente, Maria Heloísa Lenzi, explica que o plantio da restinga será feito a uma distância de 25 a 30 metros do calçadão atual, levando em conta o futuro projeto de urbanização da orla.
Toda a área será cercada para garantir a sobrevivência das mudas, e haverá cerca de 60 “vãos” – espaços para passagem dos banhistas, até a construção das passarelas.
A prefeitura está na segunda tentativa de contratar o plantio da restinga. A primeira licitação terminou deserta. Desta vez, Maria Heloísa acredita que o certame vai até o final.
– Já tem pelo menos uma empresa interessada, fazendo questionamentos.
Segundo ela, o projeto não é tão simples de contratar porque demanda plantio de espécies que não são produzidas em escala comercial, e em grande volume.
A licitação prevê um prazo para que a empresa que vencer a concorrência produza as mudas e faça o plantio, que deverá ser acompanhado por uma equipe técnica de biólogos e engenheiros florestais. A expectativa é que a restinga comece a ser reinstalada na praia após o fim da temporada de verão.
Alerta aos vizinhos
O replantio da restinga na Praia Central de Balneário Camboriú – e alto custo desse processo – serve de alerta para cidades vizinhas como Itajaí, onde a preservação da restinga é o foco de uma ação do Ministério Público Federal (MPF).
Em setembro, a Justiça Federal concedeu uma liminar que proíbe a prefeitura de Itajaí de autorizar e conceder licenciamento ambiental a projetos de novos prédios que provoquem sombra na faixa de areia na Praia Brava. A decisão considerou o impacto da sombra sobre a vegetação de restinga, que é área de preservação permanente, e a qualidade da praia para uso coletivo da população.
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