O tratamento precoce e a liberdade para que profissionais da saúde prescrevam medicamentos contra o coronavírus foram temas centrais do evento que reuniu Jair Bolsonaro (sem partido) e autoridades catarinenses em Chapecó nesta quarta-feira (7). Em um discurso de quase 50 minutos, o presidente não fez menção à vacinação no país, mas citou um remédio supostamente usado no combate a Covid-19.
O presidente descatou um lockdown nacional e usou de analogias para defender tratamentos sem comprovação científica e comparou a busca por remédios contra a Covid-19 ao que aconteceu com a Aids.
— Naquela época, o que foi usado para combater o HIV? O AZT ou não foi? Era comprovado cientificamente? Não. Se não tivesse usado, não chegaríamos no futuro ao coquetel que dá uma condição de vida normal a aquele que contraiu o vírus — disse se referindo a um dos remédios utilizados no tratamento da Aids.
Ao defender o tratamento precoce, Bolsonaro se referiu ao desentendimento que teve com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. O presidente disse não entender o motivo pelo qual não se aplicava um tratamento imediato aos pacientes com sintomas e reafirmou que médicos devem ter liberdade para receitar medicamentos.
— Eu não sei como salvar vidas, eu não sou médico, não sou enfermeiro, mas eu não posso escolher a liberdade do médico ou até mesmo do enfermeiro. Ele tem que buscar uma alternativa para isso — disse Bolsonaro em discurso.
A única menção do presidente sobre a vacinação foi ao citar a evolução da pandemia na África. Bolsonaro questionou o porquê de não haver uma cobrança pela vacinação dos países do continente africano e disse que lá a Ivermectina é amplamente utilizada.
Em outro ponto do discurso, Bolsonaro citou de forma rápida a Proxalutamida. O remédio está em estudo para ser usado no combate ao coronavírus, mas não teve comprovação nem liberação aprovadas.
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