
No último domingo (19), uma mulher foi ferida ao tentar socorrer seu cachorro durante um ataque de capivaras em Balneário Camboriú. O incidente ocorreu à margem do Rio Marambaia, local que recentemente voltou a ser habitado pelas roedoras gigantes.
O cãozinho, Pitu, não resistiu aos ferimentos e morreu na terça-feira (21). A tutora, Marcella Rebello Cozer, está fazendo o ciclo de vacinas antirrábicas, para prevenir a raiva. Ela levou mais de 20 pontos na perna, e está sob atestado médico.
Marcella diz que levava seus dois cães para passear junto ao Rio Marambaia, que fica nos fundos do prédio onde ela mora, há sete anos. Tem o hábito de soltar os pets no local, e, até então, nunca tinha visto capivaras por ali.
Tudo foi muito rápido: Pitu rosnou e, quando a tutora percebeu, ele já estava cercado por cinco capivaras, que reagiram e o atacaram. Na tentativa de socorrê-lo, ela também foi mordida e arranhada pelas roedoras.
Pitu foi levado a um hospital veterinário, passou por uma cirurgia torácica e levou diversos pontos. Mas acabou morrendo em decorrência de uma parada cardiorrespiratória.
Marcela ainda está muito abalada.
— É como perder um ente querido, ele estava há 12 anos com a gente – diz.
Ela reclama da presença de capivaras em área densamente habitada de Balneário Camboriú:
— A prefeitura permitiu que se construíssem os prédios nesse local. Hoje não é mais habitat das capivaras – afirmou.

A secretária de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloíza Lenzi, diz que o ataque
é um caso isolado. Ela comenta que há áreas com grande quantidade de capivaras na cidade, como o Parque Ecológico Raimundo Malta, em que nunca houve nenhum incidente.
— Não é um animal agressivo, mas reage. E como é um animal grande, com grandes dentes, qualquer reação pode causar ferimentos sérios – avalia.
Ela recomenda que, em áreas próximas aos rios, onde é comum a presença de capivaras, os tutores evitem deixar os animais de estimação soltos.
— Nós invadimos o habitat delas, e agora elas estão se adaptando ao nosso. A chegada ao Rio Marambaia significa que tem alimento e um ambiente propício, o que é positivo. Mas, por outro lado, aumenta o risco de acidentes, como atropelamentos. É necessário ter cautela – afirma a secretária.
O Instituto do Meio Ambiente (IMA), órgão estadual, informou que vai começar a discutir a situação das capivaras este ano com outras instituições, inclusive órgãos municipais e iniciativa privada.
Na avaliação do órgão ambiental, a redução populacional dos predadores naturais, como jacarés e gatos-do-mato, e a perda de espaço em áreas de mata tem levado as capivaras a chegar a áreas urbanas.
Por Dagmara Spautz
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