
O desmatamento de uma extensa área de mata para a construção de um condomínio de alto padrão em Camboriú gerou indignação entre moradores da cidade e região. Imagens captadas por drone mostra árvores sendo derrubadas, maquinário pesado no local e vastos espaços já desmatados. A divulgação levantou questionamentos sobre a existência de licença ambiental para a obra.
O empreendimento está sendo implantado em um morro no bairro Tabuleiro, próximo à Avenida Santa Catarina. A proposta prevê a venda de 70 terrenos para casas de alto padrão, com áreas variando de 600 m² a 1.200 m², promovendo, segundo a empresa responsável, “natureza respeitada, sem abrir mão do conforto e da arquitetura moderna”.
Licença ambiental confirmada pela Fucam
A presidente da Fundação do Meio Ambiente de Camboriú (Fucam), Jamile Naiara Pereira de Souza, esclareceu que o empreendimento possui licença ambiental válida. Segundo ela, o processo de avaliação foi conduzido por diferentes técnicos, e todos os estudos, levantamentos e exigências foram atendidos pela empresa.
“Infelizmente, empreendimentos de grande porte causam impactos desagradáveis, mas a legislação permite a supressão de vegetação, desde que todos os requisitos sejam cumpridos”, afirmou Jamile. Ela também informou que o processo está disponível para consulta pública através da plataforma SinFat.
Sobre a fiscalização, Jamile destacou que a fundação utiliza drones e uma equipe especializada para garantir que as intervenções respeitem os limites estabelecidos na licença. “O acompanhamento é contínuo para evitar excessos e assegurar que a obra siga conforme autorizado”, reforçou.
Compensações ambientais previstas
O empreendimento foi autorizado a suprimir 47.765,46 m² de vegetação nativa em estágio médio de regeneração. Como forma de compensação ambiental, a empresa apresentou a doação de uma área de preservação equivalente (47.765,81 m²), registrada no Cartório de Registro de Imóveis de Camboriú. A localização exata desta área de compensação será confirmada apenas na fase de Licença Ambiental de Operação (LOA).
Além disso, a construtora deverá doar 5.868,24 m² de vegetação ao Parque Natural da Bica e implementar programas ambientais focados na proteção da flora e fauna locais, educação ambiental e controle de impactos durante o andamento da obra.
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