Nem mesmo a falta de sol afastou da praia os turistas neste sábado de feriado prolongado em Balneário Camboriú. Contrariando o decreto estadual, que proíbe a permanência de pessoas na faixa de areia em regiões em nível grave de risco para Covid-19 (como a Foz do Itajaí-açu), a Praia Central está cheia de banhistas.
Há inclusive aluguel de cadeiras e guarda-sol, que deveria estar proibido. Pontos de fiscalização instalados na Avenida Atlântica estão ativos, mas fotos recebidas pela coluna mostram irregularidades muito próximas dos fiscais, como pessoas caminhando sem máscaras e aglomerações na faixa de areia.
A situação da pandemia preocupa em Santa Catarina – tanto, que o Estado enviou, pela primeira vez, um alerta por SMS para todos os números de telefone com DDD catarinense, avisando sobre o alto risco de contaminação neste feriado prolongado.
A repórter da NSC TV, Patrícia Silveira, que acompanhou a movimentação em Balneário Camboriú para o Jornal do Almoço, relatou não ter visto atuação dos fiscais para coibir o desrespeito às regras.
A fiscalização tem sido o ‘calcanhar de Aquiles’ do Estado e das prefeituras a esta altura da pandemia, quando já atingimos sete meses de medidas restritivas. Pior ainda neste período que antecede as eleições, quando os prefeitos evitam a todo custo tomar decisões ‘antipáticas.
Mas também é necessário dizer que enfrentamos uma grande crise de humanidade, de empatia.
A esta altura, todo mundo sabe por que é importante usar máscaras, e por que deveríamos evitar aglomerações. O Brasil falhou em comunicar às pessoas sobre a necessidade de proteger a si e aos outros. Mas não vivemos em uma bolha. Se a morte de mais de 159 mil brasileiros não é capaz de nos comover e de nos mover pelo bem comum, há algo muito errado por aqui.
As autoridades carregarão a culpa por terem permitido que circulasse livremente o vírus do negacionismo. Agora, colhemos os frutos da irresponsabilidade.
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