A Polícia Civil de Itajaí divulgou nesta segunda-feira (2) os detalhes da investigação que levou à prisão de Walter Alexandre Gonçalves, suspeito de ter planejado e executado o assassinato da própria mãe, Susimara Gonçalves Souza, de 42 anos, e do padrasto, Pedro Ramiro Souza, de 47 anos. O crime ocorreu no último dia 23, dentro da casa do casal, onde ambos foram encontrados com sinais de asfixia e mãos amarradas.
Crime premeditado
De acordo com as autoridades, o duplo homicídio teria sido motivado pelo desejo de Walter em acessar a herança deixada pelo casal, que era proprietário de uma loja de decoração na cidade. Durante coletiva de imprensa, o delegado Roney Gonçalves Alves, da Divisão de Investigação Criminal (DIC), destacou que o crime foi cuidadosamente planejado.
“Os autores entraram na casa utilizando o controle do portão cerca de duas horas antes do casal chegar. Isso descarta a possibilidade de um crime oportunista ou latrocínio”, explicou o delegado.
Imagens de câmeras de segurança mostraram que os executores chegaram ao local em uma motocicleta, indicando que pelo menos duas pessoas estavam envolvidas no assassinato. Walter é apontado como um dos executores, enquanto o segundo suspeito ainda não foi identificado.
Rotina do casal investigada
No dia do crime, Susimara e Pedro saíram para jantar e foram a um karaokê antes de passar por uma lanchonete para comprar comida. Ao voltarem para casa, foram surpreendidos pelos invasores, que os aguardavam no interior da residência.
“O tempo de permanência dos criminosos na casa antes da chegada do casal e o fato de não terem fugido quando eles estacionaram são indícios claros de que o crime foi premeditado. Se fosse um roubo, eles teriam tido tempo suficiente para sair”, acrescentou o delegado.
Ligação com furto posterior ao crime
Poucos dias após o assassinato, na madrugada de 27 de outubro, dois indivíduos invadiram a casa para roubar objetos. Eles separaram pertences, consumiram alimentos da geladeira e chegaram a dormir no local. Segundo a polícia, há suspeitas de que esse furto tenha sido uma tentativa de atrapalhar as investigações ou esteja relacionado ao planejamento inicial do homicídio.
Operação Saisine e desdobramentos
A prisão de Walter faz parte da primeira fase da Operação Saisine, cujo nome faz referência ao termo jurídico que trata da transmissão de bens a herdeiros. Apesar de ter sido detido, o filho das vítimas não confessou participação no crime e segue em silêncio.
A polícia trabalha agora para identificar o comparsa e reunir mais elementos que reforcem a tese de premeditação. A investigação segue avançando, mas o delegado Roney destaca a complexidade do caso.
“Ainda há peças importantes a serem encaixadas para esclarecer completamente a dinâmica do crime e suas motivações. Seguimos empenhados para trazer justiça às vítimas e seus familiares”, finalizou.
A sociedade acompanha o caso com atenção, impactada pela brutalidade e pelas suspeitas de que o crime tenha sido motivado por ambição financeira.
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