
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou na última sexta-feira (27) uma lei que estabelece novas regras para o reajuste do salário mínimo, limitando o aumento real – acima da inflação – a um teto de 2,5% no período entre 2025 e 2030. A medida faz parte do pacote de corte de gastos do governo federal e foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.
Novas Regras para o Reajuste
A política de valorização do salário mínimo, anteriormente baseada na soma da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e no crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, passará agora a obedecer aos limites do novo arcabouço fiscal.
Pelo texto sancionado, o aumento do piso salarial será ajustado pela variação da inflação e do PIB, mas o crescimento real ficará limitado entre 0,6% e 2,5%, conforme o teto para o aumento de despesas previsto pela regra fiscal.
Impactos e Economia
O governo estima que a medida gere uma economia de até R$ 15,3 bilhões nos próximos anos. Isso porque benefícios sociais e previdenciários vinculados ao salário mínimo também terão seus reajustes limitados pela nova fórmula.
De acordo com cálculos do Ministério da Fazenda, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo implica em uma despesa de aproximadamente R$ 392 milhões.
Novo Salário Mínimo em 2025
O decreto com o novo valor do salário mínimo, válido a partir de janeiro de 2025, deverá ser publicado até a próxima terça-feira (31). A expectativa é que o piso salarial suba dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.518, representando um aumento nominal de 7,5% e um reajuste real acima da inflação.
Mudanças na Projeção
Caso a regra anterior tivesse sido mantida, o salário mínimo para 2025 seria de R$ 1.528, considerando o INPC de 4,84% e o crescimento do PIB de 3,2%. No entanto, com a nova fórmula, o crescimento do PIB será limitado ao teto de 2,5%, resultando em um valor inferior.
Justificativa do Governo
A medida foi apresentada como necessária para manter o equilíbrio fiscal e evitar um descontrole nas contas públicas, garantindo que os gastos do governo fiquem dentro dos limites estabelecidos pelo novo arcabouço fiscal.
Com essa mudança, o governo espera alcançar maior previsibilidade no planejamento orçamentário, ao mesmo tempo que mantém um reajuste que assegura ganho real para os trabalhadores, ainda que limitado.
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