Após investigação de mortes maternas, rompimento de contrato com equipe de médicos, o Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, agora está sem equipamentos para as cirurgias. Pacientes esperam por mais de um mês pelos procedimentos.
João Vitor de Lima está há um mês no hospital esperando por uma cirurgia ortopédica. Em um acidente, ele teve a perna quebrada e alega que os materiais necessários para o procedimento não estão disponíveis.
O acidente aconteceu em Penha, e após o atendimento no pronto-socorro local, João foi encaminhado ao Hospital Marieta. Isso aconteceu no dia 26 de junho, e, até hoje, a cirurgia que ele precisa não aconteceu.
“Ninguém veio me falar, me indicar ir para outro hospital”, revela. João ainda teme as consequências da demora na cirurgia. Segundo João, a última tentativa de cirurgia teria acontecido no último dia 7, porém, foi desmarcada de última hora. Não há uma nova previsão.
O hospital afirmou em nota que possui todos os materiais necessários para o procedimento e que já orientou as equipes a usá-los.
Hospital sem raio-x
Outra denúncia é que o hospital está sem aparelhos de radiografia e mamografia. A orientação dada na recepção aos pacientes é que procurem o CIS (Centro Integrado de Saúde) para os procedimentos.
Em nota, o hospital afirma que os aparelhos estão passando por manutenção. Os exames estão sendo remarcados e as urgências e emergências, encaminhadas ao CIS.
Investigação apura mortes maternas no hospital
Sete mortes maternas no Hospital Marieta também são investigadas pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina). O serviço obstétrico na unidade é terceirizado e, em nota, a SMB Gestão em Saúde afirmou que cinco das sete mortes “não apresentam como causa os serviços do setor e [as mães] vieram a falecer, ainda, por outras doenças não relacionadas à gestação”. Ainda afirma que nenhuma morte aconteceu nas dependências do Centro Obstétrico.
A empresa alega ainda que “inexiste qualquer comprovação da correlação com os atendimentos prestados. Trata-se de uma afirmação temerária que não corresponde à realidade e que, obviamente, depende de uma investigação mínima, imparcialmente conduzida pelas autoridades legais, as quais, justamente, já foram acionadas por parte da empresa e estão acompanhando os casos”.
Por ND
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