O primeiro levantamento sobre a reação do mercado imobiliário após a conclusão das obras de alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú aponta que a valorização superou a expectativa. O preço dos apartamentos de alto padrão na Avenida Atlântica, de frente para o mar, subiu em média 30%, segundo pesquisa de mercado da Sort Investimentos.
– Mesmo antes de concluída, ainda em andamento, vimos o reflexo nos imóveis à venda no entorno. Hoje, após o término, constatamos uma valorização média dos imóveis na planta e prontos de mais de 30%. Obviamente, os preços mais altos são constatados em empreendimentos frente mar de alto padrão, prontos e novos, ou seja, entregues no último ano – diz o consultor Renato Monteiro, da Sort.
Há exemplos que estão fora da curva: Monteiro cita um imóvel anunciado junto à investidora, em março, por R$ 29 mil o metro quadrado e que atualmente é vendido por R$ 52 mil o metro quadrado – um aumento de 80%.
O índice de valorização é mais baixo para os apartamentos que ainda estão em construção. Segundo Monteiro, a média é de 18% de valorização do metro quadrado para esses imóveis, mas a tendência é que o índice aumente com a entrega.
Construtoras como a FG Empreendimentos, que atua no mercado dos arranha-céus, têm as próprias projeções de impacto da obra no preço dos imóveis. A expectativa é que a reurbanização, que deve ter o projeto apresentado oficialmente pela prefeitura na semana que vem, ajude a turbinar os índices.
– Em nossos empreendimentos, do lançamento a entrega, já temos um cálculo de valorização que chega a 25% ao ano. Com o alargamento, a expectativa é de uma valorização adicional, tanto para as futuras obras quantos para os prédios já entregues, na casa de 20% – diz Altevir Baron, diretor de mercado da FG Empreendimentos.
Em fevereiro, a coluna publicou um levantamento que apontava para a tendência de que os preços aumentassem até 20% com as obras de alargamento. A projeção era conservadora, e levava em conta cálculos da consultoria norte-americana Appraisal Institute para empreitadas similares.
O instituto calculou que nas praias de Garden City e Surfside Beach, ambas na Carolina do Sul, cada 10% de espaço que foi acrescentado à faixa de areia com obras de alargamento resultou em até 2,6% de valorização no preço dos imóveis. Em Balneário Camboriú, o projeto quase triplicou a faixa de areia.
A consequência esperada era que a cidade subisse de posições no ranking dos imóveis com o metro quadrado mais caro do Brasil – o que de fato ocorreu. No levantamento FipeZap de setembro e outubro, Balneário Camboriú ultrapassou Brasília e passou a ocupar o terceiro lugar no país, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro.
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