O projeto da FG Havan para construir um prédio com 101 andares e 1001 apartamentos na Barra Sul, em Balneário Camboriú, apresentado como apart hotel, é uma forma de tentar burlar a legislação municipal que exige um tamanho mínimo de cada unidade para preservar a qualidade e o preço dos imóveis em Balneário Camboriú.
O projeto, com apartamentos de menos de 30m2, em lajes com menos de 700m2, foi “enfeitado” com a inclusão de um mirante e um restaurante panorâmico, para caracterizar como atração turística, mas não é segredo que há mais de um ano empresários que apóiam o prefeito Fabrício Oliveira buscam uma forma de construir quitinetes, um dos produtos mais rentáveis e danosos do mercado imobiliário.
As quitinetes foram banidas da legislação de Balneário Camboriú para evitar os “pombais”, qualificar a ocupação e uso do solo, mas a FG e a Havan tentarão usar sua força política e econômica para aprovar uma exceção.
Ontem a assessoria de comunicação da FG entrou em contato com o Página 3, e disse que o material divulgado pelo jornal “não é oficial, o empreendimento será apresentado para a prefeitura em dezembro, inclusive, não será mais na versão apresentada neste documento e até a apresentação formal, não iremos nos manifestar sobre o empreendimento”.
Em verdade a FG Havan não vai apresentar o projeto à prefeitura e sim à sociedade, através do Conselho da Cidade que pode autorizar ou não que os estudos prossigam.
A reunião do Conselho da Cidade para analisar o assunto, marcada para a próxima segunda-feira, foi adiada para o dia 14 de dezembro e transformada de presencial em virtual.
O prefeito tem controle de grande parte dos conselheiros e aparentemente os interesses da FG Havan são relevantes para o governo municipal que desde 6 de fevereiro não reunia o Conselho da Cidade e resolveu fazê-lo agora quando o município registra nível gravíssimo de risco para transmissão da covid-19.
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