O prefeito de Balneário Camboriú, Fabricio Oliveira, avisou de antemão que não seguirá o exemplo de Florianópolis, que terá um “passaporte de vacinação” até a temporada. A informação foi publicada por ele em suas redes sociais, ainda na noite de segunda-feira (23).
Na capital, o “passaporte” está longe de ser unanimidade e provocou reação e notas de protesto entre entidades que atuam no turismo. Os empresários alegam que o setor, já prejudicado pela pandemia, pode sofrer com restrições de acesso.
Uma estimativa feita pelo Instituto Datafolha, em abril, apontava que 94% da população era favorável à vacina contra a Covid-19. Temos uma população que em sua grande maioria não rejeita vacinas, graças a um modelo exemplar de acesso com um programa público, gratuito e capilarizado.
Para atender àquela pequena parcela de cidadãos que se nega a receber a vacina, nosso turismo abre mão de se vender como um destino mais seguro. A ideia é exigir os “passaportes de vacinação” apenas em locais fechados e com potencial de aglomeração, justamente onde os riscos são mais altos.
A iniciativa tem funcionado em países europeus e nos Estados Unidos. Além de estimular os “fujões” a buscarem a vacina – o que já valeria o passaporte – no caso dos destinos turísticos ela tem outras funções. É um recado, um selo simbólico de segurança para os visitantes. Além disso, protege o sistema de saúde.
É fato que as vacinas não controlam sozinhas a transmissão da Covid-19, mas elas evitam uma boa parte das internações e mortes, e isso tem implicações na rede local de assistência. Vale lembrar que, no verão passado, hospitais do Litoral também atenderam turistas com Covid-19. No mínimo, as vacinas ajudam a reduzir esses números.
É uma pena que um destino popular como Balneário Camboriú, que atrai milhares de turistas todos os anos, deixe de “surfar a onda” da segurança. Se eu estivesse hoje em busca de um lugar para passar as férias, colocaria os destinos com passaporte de vacinação no topo da lista.
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