O alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú tem impressionado pela rapidez. A draga Galileo Galilei consegue jogar no aterro, diariamente, até 70 mil metros cúbicos de areia, o que fez com que o primeiro trecho da obra, na Barra Sul, ficasse pronto em menos de um mês.
Quando a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, passou pelo mesmo processo de engordamento, no início da década de 1970, a obra alcançava 100 mil metros cúbicos por mês.
Isso significa que o alargamento feito hoje em Balneário Camboriú corresponde a 20 vezes o ritmo da icônica obra da Praia de Copacabana, que mudou para sempre a paisagem do Rio.
Em março deste ano, quando a obra carioca completou 50 anos, o CREA do Rio de Janeiro publicou um artigo do engenheiro Ronald Young, que era diretor do Departamento de Urbanização da cidade na época em que foi feito o alargamento.
No texto, ele lembra que a obra fez parte de um upgrade para movimentar o turismo no Rio, que havia deixado de ser a capital federal e passava a depender de novas fontes de receita.
Foram quase dois anos para concluir o alargamento de Copacabana, que usou mais de uma draga. Mas o sistema era semelhante ao que é usado hoje, meio século depois, em Balneário Camboriú. O fato é que, se a técnica mudou pouco, o equipamento ficou muito mais potente.
A draga Galileo Galeilei, que o consórcio DTA/Jan de Nul trouxe a Santa Catarina, é uma das mais modernas de sua flotilha, com capacidade para armazenar até 18 mil metros cúbicos de areia de uma só vez – carrega 12, devido à baixa profundidade de navegação na Praia Central. É ela a responsável pela rapidez do engordamento da praia, que deve ser concluído até o fim de outubro.
Inspiração carioca
Curiosamente, esta não é a primeira vez que Balneário Camboriú usa Copacabana como inspiração. No final da década de 1980, a Praia Central recebeu obras de reurbanização que desenharam o calçadão da Avenida Atlântica (outra referência carioca) de Balneário com mosaicos em pedra portuguesa, ao estilo de Copacabana.
Temporariamente, Balneário Camboriú chegou a ficar conhecida pelo apelido de “Copacabana do Sul”.
Por enquanto a prefeitura ainda não apresentou o projeto de reurbanização da Avenida Atlântica, que dará nova cara à orla após o alargamento.
A proposta prevê aumentar consideravelmente a área de convivência com espaço para esportes e lazer. Saudosista que sou, torço para que não deem fim às charmosas pedras portuguesas.
Por Dagmara Spautz
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