Ao contrário de boa parte do país, Santa Catarina não deve ser impactada pela onda de calor que deve ser registrada nos próximos dias. De acordo com a Epagri/Ciram, as temperaturas devem chegar em máximas de até 30ºC, bem longe dos 43ºC esperados para cidades localizados no Centro-Oeste e Sudeste brasileiro. O motivo é a presença da chuva e a cobertura de nuvens, que impede uma elevação nos termômetros.
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— Toda vez que tem uma cobertura de nuvens e chuva, nunca faz muito calor. A gente já tem até a sensação de desconforto, mas quando tem cobertura de nuvens, a temperatura não sobe tanto — explica o meteorologista da Epagri, Marcelo Martins.
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Um exemplo são as temperaturas para a quinta (16) e sexta-feira (17), período em que a onda de calor deve predominar no país. Em Santa Catarina, as máximas devem chegar a 30ºC em algumas áreas do Oeste, enquanto na Serra elas não devem passar dos 20ºC, segundo a Epagri.
O meteorologista enfatiza que apesar de alguns municípios registrarem temperaturas na casa dos 37ºC, o valor não ficou acima do esperado para a época do ano. Além disso, para que se tenha uma onda de calor, é necessário que as máximas permaneçam altas por ao menos quatro dias.
— Eu tenho que ter pelo menos cinco dias de calor, mas isso não está acontecendo porque tem chuvas frequentes. Acaba que a gente tem a sensação de bastante calor por causa da umidade, mas pelo menos nos próximos 15 dias, não tem nenhum indicativo de fazer um forte calor, que possa caracterizar uma onda sobre o sul do Brasil — complementa.
Sem calor, mas com temporais
Porém, a frente fria acaba influenciando de outra forma no clima no Estado: a formação de temporais, vendavais e queda de granizo.
De acordo com a Defesa Civil, o avanço do fenômeno, combinado com o fluxo de calor e umidade do Norte do país, traz chuva para todas as regiões catarinenses, principalmente naquelas que fazem divisa com o Rio Grande do Sul. Com isso, há risco moderado e pontualmente alto para ocorrências como alagamentos, destelhamentos e enxurradas.
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Na sexta-feira, a chuva persistente e se espalha para as áreas centrais do Estado. Por isso, segue a condição para temporais em todas as regiões.
Entenda a onda de calor
Segundo especialistas, a onda de calor é um fenômeno comum nessa época do ano por conta da aproximação do verão. Porém, em 2023, ela se torna mais intensa por conta do El Niño, que causa o aquecimento das águas dos oceanos.
— Não é anormal ter onda de calor na primavera. Mas já são quatro ondas nos últimos meses, sem nem chegarmos ao fim da estação. O aquecimento global tem tornado as ondas mais intensas e frequentes — alertou o climatologista e coordenador geral de pesquisa e desenvolvimento do Cemaden, José Marengo, em entrevista ao g1.
Nesta quarta-feira (15), ao menos 15 estados e o Distrito Federal estavam sob alerta de “grande perigo” por causa das altas temperaturas, segundo o Instituto Nacional de de Meteorologia (Inmet).
Por Luana Amorim/NSC
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