Foi encontrado morto em uma cela do presídio de Itajaí (SC), nesta quarta-feira (12), o sargento da Polícia Militar do Paraná Flavio Henrique Rodrigues da Silva, suspeito de comandar uma quadrilha de policiais que fazia execuções por encomenda. Flavio, investigado por pelo menos três assassinatos, foi encontrado enforcado na cela.
A polícia trabalha com a hipótese de suicídio. Informações apuradas pela Banda B dão conta que o sargento seria trazido para o Paraná na semana que vem e não queria a transferência.
O sargento estava foragido e foi preso no dia 18 de dezembro em Camboriú (SC), usando documentos falsos. Outros três soldados foram presos na “Operação Lei e Ordem”, deflagrada no dia 14 de maio, e apenas Flavio estava foragido.
O sargento Flavio era suspeito de participação no assassinato de Reginaldo Bergamaschi, ocorrido no mês de março do ano passado, no bairro Umbará, em Curitiba. Bergamaschi trabalhava com revenda de veículos e terrenos e foi executado com tiros de fuzil calibre 556.
Ele dirigia um Jeep Compass quando foi emboscado na esquina das ruas Antônio Andriguetto e América da Costa Saboia. A vítima chegou a derrubar um muro na hora em que foi baleada. Ao descer, o atirador usou uma pistola 9 mm e efetuou mais disparos.
A vítima já tinha sido alvo de outro atentado há três anos. Na época, o carro usado no crime foi encontrado na casa do sargento Flavio dois dias depois do assassinato. Ele prestou o depoimento e, sem mandado de prisão, saiu da delegacia, rompeu a tornozeleira e fugiu.
“Era um carro locado em Florianópolis, inclusive já sabemos que fazia o pagamento da locação. No depoimento logo após o crime, o sargento Flavio disse não saber sobre as balaclavas que estavam no veículo, o combustível, a luneta própria para fuzil; ou seja, faltou com a verdade”, disse o delegado Tito Barrichelo na deflagração da operação em maio.
Em 2017, o sargento chegou a ser indiciado pelo assassinato de um casal em uma churrascaria no bairro Rebouças, em Curitiba. Ainda assim, permaneceu na Polícia Militar respondendo a processo disciplinar com tornozeleira eletrônica. Quando ocorreu o crime do casal, Flavio era soldado e, mesmo respondendo a processo pelo duplo assassinato, foi promovido a sargento.
Mesmo considerado foragido da Justiça desde março de 2019, ele permaneceu recebendo o salário de militar.
egundo sua folha de pagamento, publicada no Portal da Transparência do Paraná, no início do mês de março, Flavio recebeu R$ 6.157,87 bruto e R$ 5.267,39 referente ao seu ‘trabalho’ no mês de abril. Além disso, ele usava uma tornozeleira eletrônica, desde 2017, devido ao seu envolvimento com a morte do casal de advogados na churrascaria.
Em maio, na deflagração da operação, por meio de nota, a Polícia Militar informou que colaborou com as investigações e que a Corregedoria tem atuado para esclarecer os fatos.
A Polícia Civil de Santa Catarina ainda nãos e manifestou sobre a morte do sargento.
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