Um grupo de surfistas relatou um encontro com um pequeno tubarão na Praia Central de Balneário Camboriú na última quarta-feira (13).
O caso foi divulgado como um suposto ataque, o que não foi confirmado. Na verdade, o animal se aproximou e chegou a encostar em pelo menos um dos surfistas, que se assustou e pensou que tinha sido ferido.
O tubarão tinha menos de um metro de comprimento e parecia ser um filhote. Ele fugiu logo depois do esbarrão.
O pesquisador Jules Soto, curador do Museu Oceanográfico da Univali, em Balneário Piçarras, conversou com três dos surfistas que avistaram o animal e está convencido de que ocorreu apenas uma “sondagem” por parte do tubarão.
Segundo ele, é comum que tubarões pequenos avaliem o que não conhecem encostando o focinho.
– Esses tubarõezinhos possuem sensores no focinho. Quando detectam movimento, se afastam. Foi o que aconteceu – diz.
O avistamento ocorreu longe da área de banhistas, a cerca de 200 metros da praia, e em área próxima ao atual ponto das obras de alargamento da faixa de areia.
Os surfistas não conseguiram observar o animal com detalhes – o que ajudaria o especialista a identificar a espécie. Mas observaram que o formato da cabeça era diferente dos tubarões-martelo, que apareceram em setembro junto ao molhe da Barra Sul.
Dragagem atrai tubarões
Jules Soto avalia que as obras de alargamento, que revolvem a areia ao largo da Praia Central, têm feito aumentar a quantidade de tubarões que se aproximam de Balneário Camboriú.
Segundo ele, a dragagem revolve a areia e aumenta a oferta de alimentos mais perto da orla, o que faz com que os animais se arrisquem a nadar em locais que não costumam frequentar.
Há poucos dias, o pesquisador foi procurado por pescadores que relataram um aumento significativo na quantidade de tubarões capturados na orla de Balneário Camboriú. Eles estavam preocupados com alguma implicação ambiental, já que algumas espécies são protegidas por lei e têm a pesca proibida.
– O que tem aparecido são tubarões pequenos, de até 1,5 metro e de espécies comuns na nossa costa, que estão chegando mais próximos da baía por causa da dragagem.
O professor ressalta que esses animais já vivem na região e não são perigosos – especialmente quando se trata de tubarões pequenos.
Por Dagmara Spautz
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