Nos próximos dois meses, um asteroide apelidado de “segunda lua” estará temporariamente em nossa órbita. O 2024 PT5 foi identificado pela primeira vez em 7 de agosto e permanecerá na órbita terrestre entre este domingo (29) e o dia 25 de novembro, segundo cientistas.
Com um comprimento estimado entre 8 e 18 metros, o asteroide deixará a proximidade da Terra após 25 de novembro e retomará seu trajeto natural em torno do Sol.
A astrônoma Jenifer Millard, durante entrevista ao programa Today da BBC Radio 4, explicou que esse asteroide, também conhecido como “minilua”, foi capturado pela gravidade da Terra por um curto período de tempo.
“Ele fica em nossa órbita por alguns meses e depois segue seu caminho ao redor do Sol”, disse Millard.
Já para Davide Farnocchia, engenheiro de navegação do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, o termo “minilua” não é adequado. Ele argumenta que o 2024 PT5 não se encontra próximo o suficiente para ser considerado uma verdadeira lua da Terra.
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Para um objeto ser considerado em órbita ao redor de um planeta, ele deve cumprir duas condições, explicou Farnocchia.
“O primeiro fator é a distância. A Lua, por exemplo, está dentro de uma proximidade onde a força gravitacional da Terra é dominante em seu movimento”, comentou o engenheiro.
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A Terra possui uma “esfera de influência” de cerca de 1,5 milhão de quilômetros, ou quatro vezes a distância entre a Terra e a Lua. O 2024 PT5, porém, passará a uma distância de nove vezes essa medida, o que está fora do alcance para ser atraído de forma permanente pela gravidade terrestre.
“O segundo aspecto é a energia orbital. Para um satélite natural, como a Lua, essa energia é negativa, o que significa que ela não se desloca rápido o suficiente para se afastar da Terra. O asteroide 2024 PT5 possui uma energia similar, mas, como está mais distante, não será capturado definitivamente pela Terra”, completou Farnocchia.
Ele acrescentou que a presença temporária do asteroide não apresenta riscos e não causará impactos em satélites ou na Terra.
Infelizmente, para os entusiastas de astronomia, o 2024 PT5 não será visível a olho nu nem com telescópios amadores. Apenas equipamentos avançados em observatórios profissionais poderão acompanhar sua trajetória.
Com um tamanho comparável ao de um ônibus, o 2024 PT5 estará próximo o suficiente para ser estudado por quase dois meses, o que proporcionará uma oportunidade única para os cientistas analisarem suas características.
Para quem deseja acompanhar eventos celestes semelhantes, há boas notícias: o asteroide Apophis deve se aproximar da Terra em 13 de abril de 2029 e será visível a olho nu.
A recente descoberta do 2024 PT5, feita apenas em agosto deste ano, ressalta a importância da vigilância espacial contínua.
“Isso demonstra como o nosso Sistema Solar está repleto de objetos e quantas descobertas ainda estão por vir”, disse Millard. Atualmente, conhecemos cerca de 34 mil asteroides na região próxima à Terra, mas há muitos outros à espera de serem catalogados.
Informações da BBC Brasil
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