A possível falta de água durante a alta temporada em Balneário Camboriú e Camboriú se tornou mais um capítulo da disputa política entre o atual prefeito de Balneário, Fabrício Oliveira (PL), e o ex-governador Leonel Pavan (PSD), prefeito eleito de Camboriú e pai da prefeita eleita de Balneário, Juliana Pavan (PSD).
Nesta segunda-feira (12), Leonel Pavan alertou para o risco de desabastecimento no fim do ano, um cenário delicado para as duas cidades, especialmente Balneário Camboriú, que espera receber milhares de turistas durante o Réveillon. Em 2023, a festa de virada atraiu cerca de 1 milhão de pessoas.
“Quando a Emasa foi criada, todos os recursos arrecadados deveriam ser destinados exclusivamente para melhorias no tratamento, mas o dinheiro foi usado para outros fins. Não culpem Camboriú. Esse é um problema de Balneário Camboriú, um problema de gestão”, declarou Leonel Pavan em nota, responsabilizando a atual administração pelo possível colapso no sistema de abastecimento.
Para minimizar os impactos, Pavan afirmou estar organizando medidas emergenciais junto à Companhia Águas de Camboriú, que podem incluir o uso de estações móveis de tratamento de água.
Resposta de Fabrício Oliveira
O atual prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira, rebateu as declarações e atribuiu a situação a um movimento político. Segundo ele, investimentos feitos nos últimos anos garantem o abastecimento e deixam a cidade mais preparada para a demanda crescente.
“Temos um acordo mútuo, de repassar 180 litros por segundo. Talvez ele tenha percebido que Camboriú não tem capacidade de armazenamento. Nós fizemos nossa lição de casa”, disse Fabrício, destacando o comprometimento de Balneário em cumprir o acordo vigente.
Fabrício ainda assegurou que o sistema de abastecimento foi ampliado e está preparado para suportar o pico de consumo da temporada.
“No ano passado, alcançamos um pico de 1.150 litros por segundo, abaixo da capacidade máxima de 1.200 litros. Ampliamos a rede para as praias agrestes e demos conta do crescimento descomunal que Balneário Camboriú teve nos últimos anos”, afirmou o prefeito.
Acordo entre as cidades
O abastecimento de Camboriú é garantido pela Emasa, autarquia de Balneário Camboriú, que fornece 180 litros de água por segundo para a cidade vizinha, conforme um acordo vigente. O sistema opera com capacidade total de 1.200 litros por segundo, volume que atende à demanda local e o repasse para Camboriú.
O embate evidencia não apenas o risco de desabastecimento, mas também a tensão política que marca a transição entre as duas administrações. Enquanto a família Pavan se prepara para assumir a gestão em Balneário Camboriú e Camboriú, as acusações refletem um cenário de disputa entre grupos políticos rivais na região.
As próximas semanas serão decisivas para garantir a segurança hídrica das duas cidades em um período crítico, que envolve o aumento populacional e a chegada dos turistas. A Emasa, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre as declarações.
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