O soldado da PMSC Jeferson Luiz Esmeraldino, 32, deitado em uma maca na sala de casa e sem poder falar, luta para sobreviver.

Tudo começou no plantão da noite de 1º de dezembro de 2020, no 9º Batalhão da PM, em Criciúma (SC), durante um assalto a bancos. O crime é considerado o maior do estado. A quadrilha tinha membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) e atacou o quartel a tiros, ferindo o militar.
Um dos disparos atingiu o abdômen de Esmeraldino, afetando pulmões, rins e a retirada de 25% do estômago. Foram 33 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e outros 30 na enfermaria. Nesse período, o militar teve uma parada cardiorrespiratória que causou lesões neurológicas por falta de oxigênio do cérebro.
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“Ele ficou dez minutos desacordado sendo reanimado. Foi o suficiente para a lesão no cérebro. Não se tem expectativa de retornar ao normal.
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Não temos o que fazer. Só Deus na causa, tanto que os médicos não garantiram se voltaria a falar, por exemplo”, lamenta a mãe, a técnica em enfermagem Sandra Aparecida, 55.
Família tenta se conformar
Esmeraldino teve alta em fevereiro e desde então mudou a rotina dos familiares. Ele passou a morar com a mãe, em Tubarão, e recebe cuidados com auxílio 24 horas de uma equipe composta por fonoaudiólogos, fisioterapeutas e técnicos em enfermagem. Os profissionais são pagos pela PM.

O militar não consegue falar, se alimenta por uma sonda e às vezes mexe os braços e pernas involuntariamente. Seis meses depois, a família ainda tenta se conformar em vê-lo nessa condição, pois o quadro de incapacidade física o fez entrar para a reserva da corporação, em 26 de março, cinco anos depois de conquistar o sonho do serviço público.
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Não é fácil ver um filho nessa situação. Ele tinha o porte atlético, era inteligente e muito querido por todos. É o oposto daquilo que éramos acostumados a ver. Saiu um Esmeraldino naquela noite e voltou outro.
Sandra Aparecida, mãe de Esmeraldino.
Uma das que mais sente a falta de Esmeraldino no dia a dia é a filha dele, de 5 anos. “Ela não consegue ver o pai desse jeito porque hoje é o oposto daquela imagem que tinha na cabeça”, relata a avó. Sandra está de licença do trabalho e tomou a frente dos cuidados do filho, que era solteiro e morava sozinho.
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A mãe também conta com ajuda do marido, que trabalha como frentista, e de outro filho, que deixou o emprego para se dedicar aos cuidados do irmão no hospital, mas que ainda não conseguiu se recolocar no mercado. “Jamais ficaria longe.
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